Este dia, que tanto tento passar ao lado, já não é o nosso dia. Este dia pertence ao casal que trocam carinhos e palavras, pertence ao casal que sai sextas à noite para ter uma sessão de cinema, pertence ao casal que mistura amigos com amor, pertence ao casal dito normal, ao casal de namorados.
Lembro-me, como se fosse hoje, o quanto aflita eu andava para te dar o presente, corria as lojas, corria as ruas feita barata tonta, como uma criança perdida. Dava-me imensas dores de cabeça, mas sentia uma felicidade tão grande. Chegar a este dia e poder dar-te algo por ser o dia dos namorados, por ser o dia que nos englobava como os outros tantos casais. Eramos um casal, um verdadeiro casal. Amávamos de corpo e alma, e não tínhamos qualquer problema em dizer isso do coração e da boca para fora. Chorava, feita bebé, a ler as palavras doces que tanto tinhas vergonha em escrever, mas que me enchiam o coração. Era tudo tão bonito, era um dia bonito, o nosso amor era bonito. Aliás, sempre foi.
E tu.. Lembraste? Lembraste de mim, lembraste no quanto felizes fomos como casal? Tento acreditar que sim. Acreditar nisso faz-me ter uma almofada quente em cima de um coração tão frio.
Tanto amor que tinha neste dia e agora só posso desejar que ele acabe rapidamente. Torna-se torturante não poder encher o teu telemóvel de mensagens de amor, do mais lamechas que há, de não poder agarrar-te e desejar-te o melhor dia do mundo. Chega mesmo a ser uma autêntica seca, não poder andar atarefada com a tua prenda, ou a escolher a roupa que mais me gostarias de ver.
É horrível, mas pronto... Feliz São Valentim, que seja melhor que o meu!
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